Esta semana, alguns assunto agitaram o mundo do hipismo.
O primeiro foi o lançamento do documentário sobre a vida e a carreira do cavalo Baloubet du Rouet, produzido pelo Comitê Olímpico Brasileiro, gerou muita polêmica devido às declarações do cavaleiro Rodrigo Pessoa sobre Baloubet.
Outro tópico foi uma denúncia de maus-tratos em uma competição de salto na Sociedade Hípica Paulista veio à tona nas redes sociais, acompanhada de vídeos e identificação do proprietário e cavaleiro do animal.
Sobre o documentário intitulado "Baloubet: drama e glória de um gladiador", achei muito bem produzido e oportuno para ser lançado nesta época olímpica, já que nosso esporte não é dos mais conhecidos pelo público geral dos jogos. Para quem não sabe, Baloubet, ao lado de Rodrigo Pessoa, acumulou inúmeras conquistas e se tornou um ídolo nacional, inclusive com medalhas olímpicas. No entanto, nas Olimpíadas de Sydney em 2000, Baloubet refugou na final, o que foi uma grande decepção para Rodrigo. Porém, em Atenas 2004, eles conseguiram a tão almejada medalha de ouro.
Esse episódio de 2000 foi o “fundo do poço” para eles, como o próprio cavaleiro Rodrigo Pessoa fala no documentário. Ele também expressa sua frustração em relação ao cavalo que lhe deu tantas vitórias, demonstrando um sentimento de frieza. Isso gerou opiniões divergentes: alguns consideram que ele foi sincero, magoado por ter chegado tão perto da medalha em Sydney e um refugo inexplicável o tirar do pódio. Outros, por sua vez, interpretam as atitudes de Rodrigo como ingratidão e arrogância.
Para nós, amadores apaixonados pelos nossos cavalos, as declarações de Rodrigo Pessoa sobre Baloubet são difíceis de compreender. Para nós, é inconcebível não sentir gratidão por nossos animais estarem sempre ao nosso lado. No entanto, reconheço que o cavaleiro é um profissional de grande talento e, talvez, não compartilhe do mesmo vínculo emocional com os animais que nós temos.
Embora eu respeite a perspectiva de que os cavaleiros profissionais possam ter uma relação diferente com os cavalos, pessoalmente, não acho isso aceitável. Acredito que nosso esporte deva se pautar cada vez mais pela atenção e respeito aos animais, mostrando ao mundo que nos importamos com o bem-estar dos cavalos mais do que com a competição e o dinheiro. (mas essa é a minha opinião)
Diga-me o que achou do documentário, pode me mandar um e-mail contato@hipismoeco.com.br. Se ainda não viu, assista no link abaixo.
»Baloubet: drama e glória de um gladiador
O segundo tópico que foi muito falado essa semana, foi uma denúncia de maus-tratos durante um Concurso Nacional em São Paulo. No incidente, um profissional e proprietário de um cavalo foi filmado aplicando um produto desconhecido na coroa do casco do animal pouco antes deste entrar na pista para o Grande Prêmio, sendo montado por outro cavaleiro.
O vídeo foi apresentado aos oficiais do evento, que examinaram o cavalo na saída da pista. Foi constatado que as patas do animal estavam sensíveis e um exame de termografia revelou calor na coroa do casco. O incidente rapidamente se espalhou pelas redes sociais, levando a Confederação, a Federação e a Hípica a emitirem notas de repúdio. Até o momento, ainda não se sabe quais medidas serão tomadas em relação aos profissionais envolvidos, mas espera-se que sejam aplicadas punições adequadas. Essa é uma medida importante para desencorajar futuros casos de maus-tratos.
Diante desse recente caso de maus-tratos durante o Concurso, somos chamados à atenção para a necessidade de priorizarmos o cuidado e o respeito aos animais. Como praticantes e entusiastas do hipismo, é nosso dever zelar pelo bem-estar dos cavalos, garantindo que sejam tratados com dignidade e cuidado em todas as circunstâncias.
Também nos alerta sobre esses profissionais que priorizam os prêmios e o dinheiro sobre o bem-estar dos cavalos. Se continuarem a negligenciar o cuidado com os animais em prol do sucesso competitivo e financeiro, corremos o sério risco de prejudicar não apenas a reputação do esporte equestre, mas também de enfrentarmos medidas mais rigorosas e até mesmo a proibição de certas práticas. E agora vou ser repetitiva mas, é essencial que todos os envolvidos no mundo equestre pensem nos cavalos em primeiro lugar.
Parece que, para alguns profissionais, o respeito e o amor pelos animais não são considerações prioritárias. Talvez seja necessário apelar para a compreensão de que se incidentes como o que ocorreu na competição da Hípica Paulista continuarem a acontecer, o esporte - que é a fonte de renda para muitos - estará em risco. Alguns podem considerar isso um exagero, mas é o que eu acredito. Se não conseguirmos acabar com a prática de maus-tratos, talvez seja melhor que o esporte chegue ao fim.
Seria triste ver o fim do esporte que pratico desde jovem. No entanto, meu amor pelos cavalos supera qualquer paixão pelo hipismo. Se acabar com certas práticas cruéis significa garantir o bem-estar dos cavalos, então estou disposta a aceitar e até mesmo buscar uma nova atividade, quem sabe eu comece a jogar o beach tennis.
BONUS DE COCHEIRA
Abaixo segue os 10 mandamentos para os cavalos de esporte, exclusivamente para os assinantes Premium do Relincho.
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